Força Nacional permanece em Porto Seguro por mais 90 dias

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) prorrogou por mais 90 dias a permanência da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) em Porto Seguro, no extremo sul da Bahia. O objetivo é reforçar a segurança na região, marcada por conflitos entre indígenas e fazendeiros. A medida foi publicada na terça-feira (22) pelo ministro Ricardo Lewandowski, mesmo dia em que o prazo inicial se encerraria, e passa a valer a partir desta quarta-feira (23). Os agentes permanecerão na área até 20 de outubro.
Coordenada pelo MJSP, a Força Nacional é formada por policiais militares, civis, bombeiros e peritos, e é acionada em situações emergenciais. Desde que chegou ao município, em 28 de abril, a equipe já atuou em episódios de grande repercussão.
Um dos casos ocorreu em 2 de julho, quando o cacique Suruí Pataxó, identificado como Welington Ribeiro de Oliveira, foi preso por porte ilegal de armas e munições, junto com outro homem e dois adolescentes, no território indígena de Barra Velha. Em protesto, indígenas bloquearam a BR-101 na entrada do Parque Nacional Monte Pascoal por seis horas, e posteriormente realizaram outro protesto de 36 horas no mesmo local. A Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme) repudiou a prisão, afirmando que o cacique é defensor de direitos humanos e sofre ameaças de morte há anos.
No dia 4 de julho, agentes da Força Nacional informaram ter sido cercados por um grupo de pessoas logo após prenderem cinco homens armados, também na região de Barra Velha. Os policiais foram obrigados a liberar os detidos, mantendo apenas o material apreendido.
Já nesta quarta-feira (23), uma operação batizada de “Vértice Zero” resultou na morte de cinco suspeitos e na prisão de outras seis pessoas em Caraíva, distrito turístico de Porto Seguro. A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) informou que foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão contra suspeitos de homicídios, tráfico de drogas e ocupação ilegal de terras indígenas. Os mortos, segundo a SSP-BA, resistiram às ordens de prisão, e seus nomes não foram divulgados.