Estudantes de Ilhéus usam antenas parabólicas para construir fogão solar de baixo custo

O custo do gás representa uma preocupação significativa para inúmeras famílias. Segundo o Sindicato dos Revendedores de Gás da Bahia (Sindrevgas), os recentes ajustes de preços em 2023 elevaram o valor médio do botijão de 13 kg para uma faixa entre R$123 e R$125, o que impacta o orçamento de muitas famílias. A situação ressalta a importância de buscar alternativas seguras ao uso do gás. Por isso, os estudantes Alan Santos, Felipe Santos e Micael Marcelo dos Santos, do Centro Estadual de Educação Profissional do Chocolate Nelson Schaun, localizado em Ilhéus, orientados por Geraldo Porto, desenvolveram um fogão solar.

Segundo o orientador, o fogão solar opera com base em princípios fundamentais da óptica geométrica: “o equipamento concentra a luz solar por meio de uma superfície côncava e espelhada. Esse design permite que os raios solares sejam direcionados e convergidos para um ponto focal específico, onde conseguimos, no ponto focal, a temperatura de aproximadamente 400 º C, suficiente para o cozimento de alimentos”.

Para desenvolver o produto, a equipe usou materiais de baixo custo e que seriam descartados. “Utilizamos duas antenas parabólicas com um raio de, aproximadamente, 30 cm, que estavam sem uso e prestes a serem descartadas. Após a limpeza superficial nas duas antenas, lavamos e lixamos suas superfícies. O procedimento da primeira antena foi colocar uma manta espelhada em sua superfície fixada com cola adesiva. Já na segunda antena, polimos para que ficasse bastante reflexiva e espelhada, o que gerou melhor rendimento térmico”, explica.

Geraldo ressalta o impacto positivo que o fogão pode gerar para as comunidades: “a redução de custos associada ao projeto é crucial, aliviando o ônus financeiro de famílias com recursos limitados, que, muitas vezes, têm dificuldade em investir em métodos tradicionais de cozimento. Além disso, o empoderamento das comunidades é um aspecto significativo, uma vez que a proposta oferece uma solução prática e sustentável para o cozimento, reduzindo a dependência de métodos tradicionais mais caros”.

Nas próximas etapas, o grupo pretende aperfeiçoar o protótipo. “Queremos aprimorar ainda mais a eficiência do fogão solar parabólico, mantendo o compromisso com a acessibilidade para pessoas menos favorecidas. A principal área de foco será a melhoria do espelhamento, buscando otimizar a produtividade de energia térmica”, diz Geraldo.

O projeto conta com apoio da Secretaria de Educação (SEC-BA) e com a coparticipação dos professores Pablo Fernandes e Tatiana Pereira. Para obter mais informações sobre a proposta, acesse este link.

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